Hoje não estou aqui pra falar nada sobre o show ou meus projetos que tanto amo, mas sim pra relatar a minha experiência como jornalista que cobre polícia, que tem que meter a cara, cruzar as barreiras e ir ver na raiz o que está acontecendo.
Como estagiária da web, já fui em vários acidentes, porém nenhum igual ao desta manhã.
Ligaram para o jornal e eu saí correndo pro lugar, a única coisa que eu sabia é que era um atropelamento. Até aí tudo normal, já tinha ido a outros.
Só que quando eu cheguei lá, começou a me dar um troço.
Uma idosa havia sido atropelada e arrastada por um caminhão e o corpo ainda estava debaixo do carro.
Honestamente posso te dizer que, com certeza, essa foi a pior experiência da minha vida. Mil carros da Brigada Militar, SAMU, bombeiros e etc. E eu ali, no meio daquela confusão tentando entender o que estava acontecendo, mas, na verdade, sem querer saber de fato.
Falei com várias pessoas e no fim das contas consegui fazer as fotos e obter as informações pra construir a matéria.
Voltei pra redação, escrevi a matéria e postei a foto. Destaque 1, claro.
Horrível.
Não consigo pensar em outra palavra pra descrever o desespero da filha da senhora de 82 anos que estava lá inconsolável.
Aquela cena não sai da minha cabeça e quando cheguei em casa agora confesso que chorei.
Chorei por essa cidade medíocre que me dá tanto trabalho todas as manhãs. Chorei pela mulher que perdeu a mãe. Chorei por lembrar daquele chinelo verde no chão sujo de sangue.
É como dizem, a primeira vez a gente nunca esquece.
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