Diários do Vampiro: O despertar


Quando se ouve falar em um caso de amor entre humanos e vampiros o título que vem na cabeça imediatamente é Crepúsculo. Porém, na verdade bem antes de Crepúsculo, um triângulo amoroso entre dois vampiros e uma bela jovem conquistou uma enorme legião de leitores.   

O Despertar é o primeiro volume da série best seller Diários do vampiro, de L. J. Smith. Lançado originalmente em 1991, apenas agora com essa onda vampiresca o livro saiu do fundo da estante e se tornou um dos mais vendidos na lista do New York Times.
À primeira vista as comparações com Crepúsculo são inevitáveis, mas observando a trama mais profundamente a única semelhança entre as duas obras é a relação humanos-vampiros.  O despertar não fala apenas de amor em todas as suas potencialidades como na obra de Stephenie Meyer, muito pelo contrário, o papo aqui é ódio e cobiça mesmo.
O livro conta a história da disputa entre os irmãos e inimigos mortais, Damon e Stephan Salvatore, que acabam se apaixonando pela mesma garota, duas vezes. No desenrolar desse páreo muitas cabeças literalmente rolam pelo chão, já que Damon está decido a infernizar a vida de seu irmão e não mede conseqüências para que isso aconteça.
Entre eles está a protagonista da trama. Elena é uma garota fútil e desequilibrada que não traz nada de interessante além de aguçar a briga dos irmãos. O bonzinho é Stephan que vai para Fell´s Church procurando um amor antigo e acaba encontrando a bela adolescente. O malvado é Damon que só pensa em uma coisa: vingança.
Os outros personagens do livro passam batidos, não sei se por intenção da autora ou burrice, mas o fato é que a amiga de Elena, Bonnie, tinha tudo para ser um dos personagens mais interessantes do livro e fica lá no fundo apagadinha. Mas se vamos falar de personagens interessantes o topo da lista é Damon.
O vampirão já chega quebrando tudo e com muita sede de sangue. Enquanto Stephan e Elena são o casalzinho perfeito, Damon está lá na espreita só esperando para fazer sua próxima vítima. Talvez a idéia da autora fosse fazer os leitores amarem o Stephan e odiarem o Damon, mas o efeito parece ter sido contrário.  Damon com sua personalidade forte e seu jeito pra lá de sexy só não pega quem ele não quer.
No fim, o livro todo se passa nessa “lenga lenga” dos irmãos brigando pela garota bonita que se parecesse muito com um antigo amor que já havia ficado entre os dois. Talvez se a autora tivesse desenrolado mais a história com as bruxarias e rituais de Bonnie a coisa tivesse ficado mais incrementada.
Concluindo, a história do livro não é ruim, mas peca por deixar acontecimentos vagos e mal contados. Na verdade, o que incomoda é que o livro conta coisas cotidianas e não as trata dessa forma. Essas “coisas cotidianas” são fantasiadas demais. Tudo bem, um livro de ficção tem toda liberdade de fantasiar o quanto quiser, mas o legal é o leitor sentir que por mais absurda que seja a história, aquilo contado poderia ser real e não senti isso em O despertar.

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