Não voltei à superfície
Corro entre as árvores maldosas
que confundem meu caminho
tropeço nos meus próprios passos
e me arranho nos espinhos.
A chuva escorre do meu rosto
inundando minha visão
e o único ruído audível
é o descompasso do meu coração.
Paro e olho ao redor
estou sozinha e perdida,
mas nada pode ser pior
do que a dor da sua partida.
Então eu tento me encontrar,
mas já nem lembro onde estou
tudo parece ter saído do lugar
até a trilha se apagou.
E eu não choro...
Esperando você voltar
isso só pode ser um pesadelo
e ninguém quer me acordar.
Não, você não precisa me deixar...
E por favor, não me diga que será
como se você nunca tivesse existido na minha vida.
Não, eu não posso acreditar
suas palavras não doem tanto quanto suas promessas
e não pense que eu vou ficar bem
quando você me tirou tudo o que era importante pra você também.
Ou, talvez eu esteja errada
e tudo que vivemos não foi o suficiente.
Sim, eu já devia imaginar
quando você desapareceu junto com os meus presentes.
Pode levar todas as fotos
e o CD com a minha canção
eu lembro de todas as notas
enquanto desabo pelo chão.
Entorpecida pela dor
eu só pensava em desistir
e mesmo sem perder a consciência
não voltei à superfície.
E os segundos passam...
Se arrastando devagar
pulsando sob um hematoma
que só se faz aumentar
E o tempo passa...
Até mesmo para mim
tentando curar essa ferida
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