Sabe aqueles dias que você não sabe o que fazer e parece ter perdido o que nunca pode ter, pois é... Meus dias têm sido assim.

Admiro cada gesto do meu objeto de cobiça. Olho, mas disfarço, sempre deixo alguma pista, pois é... Ninguém nunca olha pra mim.

Esse riso do meu rosto é onde e tento esconder, as minhas lágrimas doídas que teimam em aparecer, pois é... Não precisa ter pena de mim.

Desligo a luz do quarto, eu não quero ver mais nada e quando deito na cama ela sempre ta gelada, pois é... Por que nada da certo pra mim?!

Isso é o meu mundo
E tudo ta escuro
Espero amanhecer
Pra luz do sol entrar e me aquecer

Abro a janela e as nuvens tão paradas. Ouço muitas vozes, mas ninguém me fala nada, pois é... Será que vai ser sempre assim?!

E se ando descalça naquela terra molhada, as pegadas desaparecem e eu me perco na estrada, pois é... Eu vejo, mas volto a dormir.

No fundo desses olhos é onde eu tento encontrar a chave das desculpas que voltam a me acompanhar, pois é... E eu continuo a ficar sempre aqui.

E no fim de tudo
Eu saio sem rumo
Espero anoitecer
E me encontro na esperança de não saber.