1° pessoa do plural
Nós já sabíamos que não ia dar certo, porém a teimosia é um adjetivo que nos cabe perfeitamente.
Não entendo porque insistimos tanto em construir algo que já estava fadado a desmoronar. Mesmo assim eu e você levantamos cada parede cuidadosamente e as vimos tombarem como um castelo de cartas.
Nada pudemos fazer a não ser observar.
Observar e lamentar pelo tempo que desperdiçamos juntos, mas vai ser esse mesmo tempo que vai costurar minha pele de volta no lugar.
Esse tempo é um cara engraçado. Te trouxe e te levou de mim tantas vezes que já nem sei mais e agora parece que ele cansou de viajar.
Eu também cansei de muitas coisas.
Você também cansou.
E esse nós continua habitando na minha caligrafia. Teimoso como eu e você.
Fico imaginando se nós tivéssemos percebido antes... Será que teria sido tão bom?
Certamente não estaria doendo, mas a minha não conheceria a sensação de limpar o suor do teu rosto.
Engraçado o jeito que eu ouço os sinos no seu sorriso. Engraçado e estranho já que você não está mais aqui.
E nós tentamos. Não conseguimos, mas tentamos.
Escrevemos algumas linhas no nosso caderninho e outras ainda estão sendo escritas enquanto penso em ti.
Me pergunto por onde você anda agora? Que caminhos te fizeram se afastar cada vez mais de mim?
Quer saber, também me importa mais! Sei que só tu amizade não é o bastante ou talvez seja exatamente isso que tenha faltado...
Mas agora não cabem mais especulações sobre o que foi ou o que podia ter sido e sim sobre o que será.
Como nós vamos nos equilibrar sem a mão do outro pra dar segurança?
Como você vai acordar sem o aroma do meu perfume e como eu vou dormir sem sua voz pra me ninar?
Talvez você nunca mais acorde e eu nunca mais durma.
Talvez seja esse o nosso destino: Permanecermos separados por conta dos vícios que criamos.
Ou quem sabe eu simplesmente comece a tomar calmantes e você compre um despertador.
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